um poema de aniversário
um poema de aniversário ou sabe-se lá o que é isto
a água ainda é a parte mais mentirosa digo misteriosa dos mapas
devem ser poucos os afogamentos
impedidos com o boca a boca
talvez esteja perto a hora
de ver tarântulas brotarem outra vez
é pra contar o tempo
no objeto redondo pregado na parede
não nas vezes em que me assusto?
houve mesmo aquele incêndio, ou fomos nós que ateamos fogo?
agora uma vela sem cheiro
que não enfeita a mesa, nem homenageia o morto
afundada em glacê branco
está prestes a cumprir seu papel
nunca sei o que fazer
com as mãos
boca e olhos curiosos talvez desconfiados como o filhote solto na sala
enquanto uma canção conhecida e repetitiva sacramenta que sim, Luiza, você também
acumula mais uma crosta de tempo
devem ser poucos os afogamentos
impedidos com o boca a boca
talvez esteja perto a hora
de ver tarântulas brotarem outra vez
é pra contar o tempo
no objeto redondo pregado na parede
não nas vezes em que me assusto?
houve mesmo aquele incêndio, ou fomos nós que ateamos fogo?
agora uma vela sem cheiro
que não enfeita a mesa, nem homenageia o morto
afundada em glacê branco
está prestes a cumprir seu papel
nunca sei o que fazer
com as mãos
boca e olhos curiosos talvez desconfiados como o filhote solto na sala
enquanto uma canção conhecida e repetitiva sacramenta que sim, Luiza, você também
acumula mais uma crosta de tempo